O que são os Sistemas Agroflorestais (SAF's)?
Um sistema agroflorestal é uma forma de produzirmos alimentos ao mesmo tempo em que conservamos ou recuperamos a natureza. Isso é possível porque nessa forma de produção, ao invés de retirarmos toda a vegetação original e plantarmos apenas uma cultura em uma larga extensão de terra, procuramos entender o funcionamento da natureza e imitá-la, utilizando as relações entre os seres vivos a nosso favor e estimulando a biodiversidade.
Nas agroflorestas utilizamos culturas agrícolas, árvores e animais em um manejo que leva em consideração o tempo e o espaço, para o qual é muito importante o conhecimento das características de cada espécie utilizada e sua relação com as demais. A adubação é feita de forma natural, com os recursos disponíveis e com a dinâmica de ciclagem de nutrientes típica das florestas, através da poda das árvores e da adubação verde. Não utilizamos agrotóxicos nem adubos químicos, pois só causam contaminação química e mais desequilíbrio, indo contra a técnica da agrofloresta (que propõe um controle natural das pragas através do restabelecimento do equilíbrio ecológico).
O mais importante num manejo agroflorestal é o conhecimento do ambiente natural que nos cerca e a consciência de que o ser humano faz parte da natureza e deve se relacionar com ela de uma forma harmoniosa. Os sistemas agroflorestais devem tentar reproduzir ao máximo a arquitetura das formações naturais, para melhor aproveitar a radiação, umidade e nutrientes.
Vantagens dos SAF's:
- Quando não usamos venenos e químicos, não poluímos as águas, o solo e os alimentos;
- Os SAF' s ajudam a controlar a erosão dos solos;
- Diminuem a necessidade de derrubar a floresta para abrir novos roçados;
- Grande eficiência na ciclagem de nutrientes;
- Ajudam a manter a fauna, permitindo realizar a caça racional;
- Uma terra plantada com roça de forma convencional produz bem durante poucos anos, após os quais há uma queda na produção, enquanto os SAF’s duram de 100 a 200 anos;
2. Os SAF’s são importantes na recuperação de áreas degradadas.
- São utilizadas espécies poucos exigentes quanto a qualidade do solo, capazes de melhorar a terra para as espécies mais exigentes;
- No consórcio de espécies, uma planta ajuda a outra a se desenvolver;
- Ao longo do tempo, a terra vai se recuperando naturalmente;
- A sucessão natural é o trabalho da própria natureza pra se recuperar;
- Os SAF’s cumprem duas funções ao mesmo tempo, pois durante a recuperação da área são produzidos alimentos e outros produtos;
3. Segurança alimentar.
- Melhoria da alimentação das populações rurais e dos consumidores;
- O alimento produzido sem adubos químicos é mais rico em nutrientes e mais saudável;
- O alimento produzido sem veneno não faz mal à saúde;
- Melhoria da qualidade de vida de quem come e de quem produz;
- Consumindo alimentos das agroflorestas, estamos colaborando diretamente com a preservação da natureza;
4. Os SAF’s facilitam o trabalho do agricultor.
- Melhor distribuição da mão-de-obra ao longo do ano;
- Tornam mais confortável o trabalho na roça;
- Quando bem estabelecidos, continuam produzindo sem exigir muita mão-de-obra em tarefas de tratos culturais e manejos;
- Por manter o solo produtivo por longos períodos, ajuda a fixar o agricultor a terra e lhe dá mais tempo livre no dia-a-dia;
- Garantia de produção e renda para as gerações futuras;
- Valorizam a cultura local;
- Melhoria da qualidade de vida dos produtores e produtoras;
5. Benefícios econômicos.
- Aumenta a renda familiar;
- Custos de implantação e manutenção são acessíveis aos pequenos agricultores;
- Intensificação do grau de utilização da área;
- Menor risco aos produtores, devido a maior diversificação da produção;
- Construção de capital “em pé”, para o caso de emergências;
- Diminui o custo com insumos externos;
Desvantagens dos SAF's:
1. O manejo é um pouco mais complicado.
- Os conhecimentos dos agricultores e técnicos sobre os SAF’s ainda é muito limitado;
- Pouco conhecimento sobre alelopatias;
- Distanciamento e espaçamento deve ser decidido pra cada espécie;
- Utilização de espécies que podem ser novas aos agricultores;
- Requere maior capacidade de observação e maiores conhecimentos;
- Os efeitos benéficos dos SAF’s dependem da qualidade e periodicidade do manejo;
2. Desvantagens econômicas.
- O custo inicial para a implantação da área pode ser mais elevado;
- O retorno do capital pode ser mais lento;
- O manejo incorreto pode diminuir o rendimento dos cultivos agrícolas;
- Atualmente os produtos gerados pelos SAF’s têm mercados limitados (necessidade de organização em associações e cooperativas);
3. Outras
- Aumenta a competição por luz, água e nutrientes;
- Difícil mecanização com as máquinas atuais;
- As árvores, quando grandes e velhas, podem causar acidentes;
- Ausência de pesquisas pros cultivos consorciados;
Fonte:
Agroecologia – bases científicas para uma agricultura sustentável, Miguel Altieri.
Manual agroflorestal da amazônia, REBRAF.
Agricultura e florestas - princípios de uma interacao vital, Jorge Vivan.
O renascer da agricultura, Ernst Göestch.
Apostila do educador agroflorestal, Arboretto.
Manual do educador agroflorestal, Arboretto.
Cartilha agroflorestando a terra, Patrícia Vaz.
http://www2.tvcultura.com.br/reportereco/materia.asp?materiaid=128
http://www.seagri.ba.gov.br/Produtos.htm
Manual agroflorestal da amazônia, REBRAF.
Agricultura e florestas - princípios de uma interacao vital, Jorge Vivan.
O renascer da agricultura, Ernst Göestch.
Apostila do educador agroflorestal, Arboretto.
Manual do educador agroflorestal, Arboretto.
Cartilha agroflorestando a terra, Patrícia Vaz.
http://www2.tvcultura.com.br/reportereco/materia.asp?materiaid=128
http://www.seagri.ba.gov.br/Produtos.htm
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